A transição para uma economia circular caracteriza-se como um processo complexo e multidimensional. Várias estratégias são fundamentais nessa alteração de rota, de um modelo linear para o fecho do ciclo. A eficiência e a diminuição de consumo de recursos (energéticos e outros) são, nessa transição, considerados pilares fundamentais para a Sonae. Nesse sentido o Better Planet é um dos eixos principais da sua estratégia de sustentabilidade que tem como áreas prioritárias a Política e Sistema de Gestão Ambiental e a Eco-eficência Operacional.

Na área de energia destaca-se especialmente o Projeto Trevo, criado em 2009 e desenvolvendo ações em três vertentes:

1. promover a redução do consumo de eletricidade e água,
2. a produção de eletricidade por fontes renováveis,
3. e a otimização da contratualização de energia.

Desde 2009 tem vindo a ser implementado um plano de medidas de eficiência que tem permitido uma redução significativa do consumo de eletricidade. Entre as medidas implementadas no setor da refrigeração destacam-se:

• Regulação automática dos sistemas de controlo das centrais de frio, mediante inputs das condições climatéricas exteriores e das necessidades dos postos frigoríficos. A atuação incidiu nos processos nucleares de geração de frio, tornando mais eficientes as funções de aspiração e condensação das centrais;

• Instalação de e-cubes nos postos frigoríficos com o objetivo de tornar mais eficaz a produção de frio indo de encontro à temperatura real dos alimentos;
• Instalação de analisadores de energia dedicados às centrais de frio para permitir a monitorização remota dos consumos de eletricidade;
• Desenvolvimento de uma aplicação informática para monitorização remota dos parâmetros de funcionamento da refrigeração e dos consumos de energia das centrais de frio;
• Instalação preferencial de expositores de frio fechados em lojas novas ou remodeladas e adaptação de portas em expositores de lojas já existentes;
• Implementação de diferentes tecnologias de produção de frio utilizando fluidos frigorígenos mais eficientes e sustentáveis, o CO2 (R-744) e o NH3 (R-717).

• Instalação de sistemas de arrefecimento adiabático nos condensadores das centrais de frio;
• Substituição dos motores dos ventiladores dos expositores de frio por motores de alto rendimento;
• Instalação de um sistema de controlo automático do desembaciamento das portas dos expositores de frio negativo.

A iluminação é o segundo principal consumidor de energia na nossa empresa. Entre as medidas implementadas neste setor destacam-se:

• Troca de lâmpadas fluorescentes convencionais por lâmpadas Eco em todo o parque de lojas;
• Campanha de limpeza das luminárias, restituindo um rendimento idêntico ao do início da sua vida útil;
• Implementação de regulação automática de luminosidade nas lojas que não possuíam;
• Instalação de tubos de luz solar em substituição das tradicionais claraboias, potenciando a iluminação natural;
• Substituição de lâmpadas fluorescentes por lâmpadas de LEDs nos expositores de frio;
• Nas lojas novas utilização de iluminação 100% LED e de sistemas de regulação automática de fluxo mediante a contribuição da luz natural;
• Nas lojas existentes, em curso, reconversão da iluminação geral e de realce para iluminação Led.

Relativamente ao setor da climatização foram efetuadas as seguintes medidas:

• Regulação dos valores de set-point dos equipamentos de climatização de todas as lojas de acordo com a zona climática em que se encontram localizadas;
• Estudo da implementação de um modelo de conforto adaptativo para controlo do ambiente térmico das lojas tendo por base as categorias de ambiente térmico e o modelo de adaptativo, definidos na norma europeia EN-15251.

Como complemento, um conjunto de medidas operacionais foram implementadas com objetivo de garantir uma correta utilização da energia, nomeadamente:

• Definição e implementação dos horários/critérios de funcionamento por tipologia de equipamento consumidor;
• Definição e implementação dos níveis de luminosidade necessários às diversas atividades: iluminação geral, iluminação de realce, iluminação de zonas de trabalho;
• Definição e implementação dos níveis de temperatura ambiente nas áreas de vendas;
• Disponibilização a diversos níveis hierárquicos dentro da organização de informação de gestão de consumos de energia. Desde maio 2013, a Sonae MC utiliza uma aplicação informática on-line (CheckWatts) para monitorizar o consumo e custos de energia em mais de 450 locais em todo o país. A monitorização do consumo de energia, com o apoio da alarmística, garante um melhor desempenho e permite uma melhor gestão do consumo.

As poupanças diretamente associadas à redução do consumo avaliam-se num valor acumulado de 80 MWh até final de 2015, cerca de 31 mil ton CO2.

No que diz respeito ao consumo de água foram implementadas medidas conducentes à sua redução, nomeadamente a instalação de reguladores de caudal e fluxómetros. A poupança obtida ronda em média 110 mil m³/ano.

Com vista a garantir a sustentabilidade desta redução de consumo foram implementadas rotinas de monitorização de consumo prevendo-se ter a totalidade dos pontos de consumo por telemetria para gestão central no final de 2017.

Dando resposta à vertente da produção de eletricidade por fontes renováveis foram instaladas 92 centrais fotovoltaicas cuja produção acumulada entre 2009 e 2015 ascendeu a 22 GWh, cerca de 9,5 mil ton CO2. Em 2016 inicia-se a instalação de centrais fotovoltaicas em regime de autoconsumo.

Já os bons resultados dos processos de negociação e compra de energia desde o início do Projeto evitaram custos adicionais avaliados em 3,2M€.

O projeto tem vindo a dinamizar ações de redução de consumo potenciadas pelos avanços tecnológicos disponíveis, bem como, uma contínua sensibilização dos colaboradores para o uso eficiente da energia.

É de destacar ainda o aumento do know-how interno, crítico para a sustentabilidade das ações de redução de consumo implementadas, como outro importante resultado do projeto Trevo.

Fontes:

Projeto Trevo