O projeto RCD-Valor (Aplicação sustentável de Resíduos de Construção e Demolição em estruturas reforçadas com geossintéticos) foi desenvolvido na Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto entre Junho de 2013 e Novembro de 2015. Com este projeto pretendeu-se estudar a viabilidade da utilização de Resíduos de Construção e Demolição reciclados em substituição dos solos naturais como materiais de aterro, particularmente na construção, de estruturas reforçadas com geossintéticos (muros e taludes).
A Diretiva Quadro “Resíduos” da União Europeia exige que os Estados Membros tomem as medidas necessárias para que até 2020, 70% (em peso) dos RCD produzidos sejam encaminhados para reciclagem. Assim, é fundamental promover a valorização dos RCD através de estudos que demostrem a sua adequabilidade para determinados fins. Este projeto pretendeu avaliar uma nova aplicação de Resíduos de Construção e Demolição (RCD) como material de aterro de estruturas reforçadas com geossintéticos.
O projeto RCD-VALOR, financiado pela FCT decorreu entre Junho de 2013 e Novembro de 2015 e foi desenvolvido por investigadores do Departamento de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto. Os resultados deste projeto de investigação evidenciaram que:
- é importante sensibilizar os donos de obra, empreiteiros e operadores de resíduos para a importância de proceder-se à remoção de impurezas (madeira, metais, borracha, gesso, etc.) durante as atividades de demolição e reciclagem, para que o material reciclado cumpra com os requisitos impostos pelas especificações LNEC; nos lotes de RCD estudados, a sua utilização não representaria qualquer problema sob o ponto de vista ambiental, podendo ser classificados como materiais inertes de acordo com o Decreto-Lei 183/2009; os RCD, convenientemente seleccionados e compactados, exibem resistência ao corte semelhante à dos materiais de aterro naturais (solos) habitualmente utilizados na construção dos aterros em estudo;
- é importante criar condições, em termos de legislação e de incentivos, para que os RCD reciclados possam ser encarados como uma verdadeira alternativa aos solos naturais e desta forma, contribuir duplamente para a sustentabilidade ambiental através da valorização dos RCD e da diminuição dos impactos causados pelas manchas de empréstimo.