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EDP

Valorização de cinzas

Na Central Termoelétrica de Sines, a produção de resíduos de cinzas volantes da queima de carvão representa quantitativos anuais relevantes, na ordem de 250 a 310 kton. Estes resultam da remoção de partículas para a atmosfera, recolhidas nos precipitadores eletroestáticos.
Face ao problema da colocação deste material em aterro, a indústria termoelétrica associou-se às indústrias cimenteiras e betoneiras e trabalhou no sentido da integração das cinzas volantes como matéria- prima secundária nos processos de cimentos e betões. Com este aproveitamento reduz-se a exploração de matérias virgens,  o consumo energético em alguns processos e os impactes associados ao tratamento dos resíduos de cinza.


Tal trabalho remonta aos anos 80s e, em 1987, ocorreu uma homologação ministerial de um protocolo de utilização destas cinzas pela indústria cimenteira portuguesa. Em 2000, com outro enquadramento legal, as cinzas volantes foram consideradas subproduto.
Recentemente, com a crise no mercado da construção, houve um abrandamento da sua venda, tendo, em 2014, a Agência Portuguesa do Ambiente autorizado o armazenamento temporário do subproduto, para permitir encontrar novos destinos. Atualmente, as cinzas volantes são escoadas para os mercados nacional e internacionais. Acresce que, desde 2006, as cinzas volantes de carvão são certificadas de acordo com a Norma EN 450-1, pelo que a sua comercialização é feita com marcação CE.


A valorização deste subproduto além da valia ambiental, apresenta uma valia económica direta da redução de custos do pagamento da taxa de gestão de resíduos caso se colocasse a cinza em aterro, e pelos custos evitados de operação do próprio aterro existente na Central. Do ponto de vista social haverá ainda a considerar, e de forma não neglicenciável face aos elevados quantitativos de cinzas, o emprego indireto associado ao escoamento deste subproduto.


Outro aspeto a relevar na valorização das cinzas produzidas na Central, tem a ver com os resíduos de cinza de arranque produzidos nos arranques dos grupos eletroprodutores. Estes resíduos, denominados cinzas de arranque, têm uma produção na ordem das 6000 t/ano e  foram, durante praticamente toda a vida útil da instalação, depositados em aterro. 


Porém, estes resíduos têm ainda um teor de inqueimados que os torna interessantes para recombustão. Tendo a versão preliminar do novo BREF das grandes instalações de combustão considerado a recombustão da cinza de arranque como uma melhor técnica disponível, a EDPP começou a estudar as possibilidades da sua aplicação em Sines. Testada a forma de aplicação, no ano 2016 a técnica foi colocada em "produtivo" nesta Central.


Com a recombustão das cinzas de arranque evitam-se os problemas ambientais associados ao seu destino, nomeadamente à deposição em aterro, além de transformar as cinzas volantes num material de maior valia ambiental e comercial.

 

Fontes:

Lnec